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Diretora Anna Muylaert comenta filme Que Horas Ela Volta?
Publicado em 02/10/2015 - 09:45 Por Ana Lúcia Caldas - Brasília
O filme Que Horas Ela Volta?, de Anna Muylaerte, conta a história de Val, que se torna babá de Fabinho, em São Paulo, depois de sair de Pernambuco, onde deixa a filha pequena, Jéssica.
Quando a menina cresce, vai para a capital paulista prestar vestibular e começa a questionar a forma com sua mãe é tratada pelos patrões Bárbara e Carlos.
Que Horas Ela Volta? recebeu prêmios no Festival de Berlim, na Alemanha, e de Sundance, nos Estados Unidos, com destaque para as atuações de Regina Casé e Camila Márdila. O filme é o representante do Brasil para disputar uma vaga no Oscar 2016.
A diretora Anna Muylaert conta que se inspirou na maternidade. Para ela, não se pode terceirizar o papel de mãe.
Sonora: “Como eu tive filho, o meu chamado à maternidade foi muito grande. Eu sentia que aquele trabalho era muito importante e, ao mesmo tempo, em volta de mim, as pessoas estavam dando os filhos para suas babás. Eu comecei a questionar essa ideia do afeto por aluguel. A figura da babá traz toda a questão de segregacionismo social, de abismo social. Foi um monte de assunto que entrou.“
Não é à toa que em diversos países o filme tem o título de "segunda mãe".
De acordo com a cineasta, ele provoca reflexão e debate:
Sonora: "O filme foi lançado em dez países, ele faz muito sucesso, as pessoas debatem e gostam. Agora no Brasil é diferente, porque, além de ser um filme, ele é um espelho, então realmente ele causa comoção, debate, causa autoreflexão, autocritica."
Anna Muylaert é destaque em um meio onde os homens são a maioria. E ela acredita que conseguir uma vaga na premiação norte-americana vai representar muito para o cinema nacional e para as mulheres.
Sonora: “A gente vai partir para o trabalho para tentar conseguir uma das cinco vagas finalista e será um passo grande para o cinema brasileiro e para diretoras mulheres também.”
A relação final dos indicados ao Oscar só vai ser conhecida em janeiro de 2016 . Até lá, é cruzar os dedos e torcer por Que Horas Ela Volta?
