Comissão vai apurar pichações racistas na Unesp

Publicado em 30/07/2015 - 13:30 Por Magda Calipo - São Paulo

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Bauru, interior do estado, criou uma comissão para apurar as pichações racistas feitas no banheiro masculino da instituição. 

 

As pichações surgiram em maior número na última quinta-feira (23) com insultos contra as mulheres negras, o coletivo afrodescendente e o professor Juarez de Paula Xavier, que é coordenador do Núcleo Negro da Unesp para a Pesquisa e Extensão. 

 

Para Juarez, professor de jornalismo especializado, essas pichações são uma reação aos esforços que estão sendo feitos para multiplicar a presença desses coletivos. 

 

O estudante Pedro Borges, integrante do Movimento Negro, concorda que as pichações têm relação com o espaço que vem sendo conquistado por esses alunos.

 

A comissão é formada por dois docentes e um servidor administrativo. Eles vão apurar informações como nomes, datas e horários que possam levar aos autores das pichações. Os responsáveis poderão receber advertência verbal ou até serem expulsos.

 

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De acordo com Juarez, um dos membros da comissão já levantou a possibilidade de fazer exames grafológicos para ajudar na identificação dos pichadores. “Não sei se vamos avançar nessa direção, temo que isso possa ser uma ação invasiva. Nós contamos com a possibilidade de que o aluno se apresente ou que alguém envolvido possa dar alguma informação. Estou muito preocupado, tem que ter essa ação de caráter mais punitivo, foi cometido um crime”, declarou.

 

Alguns alunos chegaram a registrar boletim de ocorrência, mas o professor informou que aguarda a formação da comissão processante para que os crimes sejam registrados na polícia. Xavier teme que as agressões aos alunos negros continuem crescendo, algo que vem sendo observado nos últimos anos.

 

“Pontualmente, há uma pichação no banheiro, uma piada no corredor. Todas as vezes que a gente conseguiu identificar, a gente sentou, conversou e falou. Mas, desta vez, o que chamou a atenção foi que, além de ser massiva, foi uma intervenção por todo o banheiro, foi focada no coletivo, no núcleo negro da universidade, no coordenador. Dessa forma não tínhamos visto ainda”, declarou.

 

Em nota, a universidade reitera que “repudia as pichações racistas, considerando-as um ato contra o estado democrático de direito, a população afrodescendente e a política de inclusão adotada pela Unesp”. A instituição informou que conta com um grupo de prevenção da violência que atua na conscientização da comunidade e no fomento aos direitos humanos e com um observatório de educação em direitos humanos.

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