Quinze regiões metropolitanas concentram metade do PIB
Publicado em 16/04/2015 - 21:07 Por Pollyane Marques - Brasília
Cerca de 50% do PIB, Produto Interno Bruto, do Brasil, está concentrado em 15 regiões metropolitanas, que concentram 40% da população do país. O maior PIB é de São Paulo, seguido do Rio de Janeiro e Brasília. Os números são de um estudo elaborado pelo Conselho Federal de Economia.
Esses resultados, de acordo com a pesquisa, são fruto de uma concentração da produção e da industrialização nessas regiões, conforme explica o pesquisador e vice-presidente do Conselho, Júlio Miragaya.
Sonora: “Há um processo não só de crescimento das metrópoles tradicionais, como também há um processo de metropolização das cidades médias. Isso evidentemente significa um processo de esvaziamento do campo. Mas principalmente um processo de esvaziamento dos pequenos núcleos urbanos. Cada vez mais há a participação dos municípios de pequena população, mesmo em área urbana, eles caem relação ao total do país”.
O mesmo estudo também mostra que existe uma tendência de aproximação entre as rendas dos moradores da principal cidade da metrópole e suas periferias, exceto no Distrito Federal. Enquanto em regiões como Campinas, Belo Horizonte e Porto Alegre a participação da periferia no PIB ultrapassa os 50%, em Brasília esse número não chega a 6%. De acordo com o pesquisador essa diferença vem da baixa industrialização do Distrito Federal e seu Entorno. Enquanto o DF mantém seu PIB com os salários pagos para o funcionalismo público, o Entorno sobrevive do pequeno comércio e sofre com a histórica falta de investimento.
E os moradores da periferia do Distrito Federal sentem as consequências dessa diferença na pele. A ajudante de serviços gerais, Meiriele Camilo, mora em Águas Lindas de Goiás, a 50 quilômetros de Brasília. Seis vezes por semana ela enfrenta pelo menos 3 horas de trânsito. Por mês ela recebe um salário mínimo e meio por 60 horas semanais de trabalho. Para ela, a remuneração não é das melhores, mas paga as contas.
E pelo estudo, a tendência é que as diferenças no Distrito Federal cresçam ainda mais, já que a população tem migrado para as áreas do Entorno em busca de um menor custo de vida.
* Título alterado no dia 17/04/15 para mudança de enfoque, sem correção de informação.