Servidores da educação do Pará decidem manter greve
Publicado em 10/04/2015 - 15:00 Por Michelle Moreira - Brasília
Já dura 18 dias a paralisação dos servidores da educação no estado do Pará.
Em Santarém, município a oeste do estado, os trabalhadores se reuniram em assembleia na manhã desta sexta-feira e decidiram manter a greve, por tempo indeterminado.
De acordo com o Sintepp, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará, das 38 escolas do município, 20 estão com as atividades totalmente paralisadas. Apenas oito funcionam de forma parcial.
Os educadores cobram reajuste no piso salarial, a reforma das escolas, aprovação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração voltado para funcionários de escola e estabilidade na lotação dos professores em 2015.
A categoria recusou a última proposta apresentada pelo governo do estado. Entre os pontos que geram mais discordância está a diminuição da carga horária dos professores, como explica um dos diretores do Sintepp em Santarém, Diógenes Nunes.
Sonora: "Só que é uma estratégia aí. Fazendo com que os professores fiquem com menos carga horária, ele vai chamar muitos contratados, que é o que ele deseja fazer: encher todas as escolas, em todas as áreas, tanto de apoio, secretarias, merendeiras... com contratados. E isso o Sintepp não vai admitir porque há seis anos que não há concurso estadual aqui"
Diógenes Nunes afirma ainda que outra preocupação da categoria é a lotação dos servidores da educação, que ainda não foi definida pela secretaria estadual de Educação. Sem isso, ainda não é possível saber quantos professores estão lotados em cada município, por exemplo.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará afirma que dos 144 municípios do estado, 113 aderiram a greve.
A Secretaria de Educação do Pará informou que 60% das escolas estaduais estão funcionando normalmente.
Em entrevista à TV Agência Pará, o secretário estadual de Educação, Helenilson Pontes, afirmou que o governo já garantiu o pagamento do piso nacional da categoria e que vai apresentar um cronograma de reformas das escolas. O secretário destacou que a falta de reformas não justifica a greve e enfatiza que o momento é de diálogo.