Estudo mostra desmatamento em áreas de proteção ambiental

Publicado em 12/03/2015 - 10:04 Por Ariane Póvoa - Brasília

Um estudo que identifica os principais perigos relacionados à atividade madeireira no país apontou que o desmatamento em praticamente todas as unidades da federação está acima de cem quilômetros quadrados por ano.

 

O desmatamento também está presente em zonas de proteção e em unidades de conservação ambiental. O documento é a primeira Avaliação Nacional de Risco do Brasil e foi publicado na última semana pelo FSC – Conselho de Manejo Florestal.

 

Os estados do Maranhão, Mato Grosso e Pará são os que apresentam as maiores taxas de conversão, com perdas entre três mil e sete mil quilômetros quadrados.

 

De acordo com a Secretária Executiva do FSC, Fabíola Zerbini, além de dados da exploração ilegal de madeira, o estudo traz informações sobre violação de diretos humanos, exploração em áreas de preservação ambiental e outras situações relacionadas à atividade madeireira. Ela cita alguns destaques da Avaliação.

 

"Presença de conflitos sociais, envolvendo comunidades indígenas tradicionais, mas também trabalhadores, ela ficou evidenciada ainda em muitos dos estados; por exemplo o trabalho escravo ficou identificado ainda como risco potencial em dez estados brasileiros. Fora isso a ilegalidade, ela, no setor de floresta nativa, em especial a Amazônia, infelizmente fica muito evidente ao risco da ilegalidade... Outro aspecto que chamou atenção é que o estudo também acaba evidenciando a falta de um bom dado em relação a um determinado tema."

 

Fabíola ressalta que a região que compreende a Amazônia Legal merece atenção especial para que os riscos possam ser superados.

 

 "A Amazônia Legal, e os estados ali da Amazônia Legal, não é gratuito que eles apareçam como estados com maior potencial de risco para alguns dos critérios. Eles aparecem assim porque são o que nos resta de floresta. Madeira é um recurso que pode ser extraído de forma responsável, de forma sustentável. Usar a boa madeira, aquela com certificado, aquela com garantia de origem, é uma forma da gente preservar as nossas florestas."

 

De acordo com Fabíola Zerbini, o estudo divide florestas plantadas e nativas e pode servir para orientar a criação de políticas públicas e a tomada de decisões relacionadas à madeira.


O documento foi apresentado ao Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, e a representantes das instituições vinculadas ao ministério.


O diretor-geral substituto do Serviço Florestal Brasileiro, Marcus Vinícius da Silva, disse que equipes técnicas estão avaliando o material. Segundo ele, o documento traz dados relevantes.

 

"Obviamente esse estudo, ele, oferece subsídios que são bastante importantes e relevantes para uma eventual avaliação e consequentemente possíveis aperfeiçoamentos nas práticas de gestão pública das florestas... E é sempre uma oportunidade de se rever e de se conhecer percepções que vêm de segmentos diferentes da sociedade, com preocupações na área da certificação florestal."

 

O FSC é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, que promove o manejo florestal responsável ao redor do mundo desde 1994. A Avaliação de Risco Nacional também é realizada em outros países.

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