Sindicato defende criação de polícia para rios da Amazônia
Publicado em 29/07/2015 - 10:33 Por Maíra Heinen - Brasília
Empresas de navegação fluvial têm perdido, por ano, cerca de R$ 100 milhões por causa de furtos e de roubos nos rios da Amazônia. Os dados são do Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma).
As ocorrências atingem todos os estados da região Norte. Derivados do petróleo e eletroeletrônicos, como peças de computador, são as mercadorias mais visadas. Há também muitos assaltos a transportes de passageiros. De acordo com o presidente do Sindarma, Claudomiro Carvalho, as fiscalizações realizadas pelos estados não são suficientes. Ele sugere a criação de uma polícia federal hidroviária.
Sonora: "O que mais preocupa a gente é que a ação dessas quadrilhas, elas são crescentes, e aí elas levam à prostituição infantil, ao tráfico de droga, e a uma série de outros delitos que vêm em função dessa capitalização do crime. Por isso até que a gente defende um apoio do governo federal no sentido de criar uma polícia hidroviária federal; a gente ter realmente uma polícia voltada para o rio nos moldes que temos a polícia rodoviária nas nossas estradas federais."
De acordo com os dados do Sindarma, os locais de maior frequência dos crimes são o rio Madeira, com cargas de combustíveis; o estreito de Breves, no Pará, com eletroeletrônicos; e o rio Solimões, próximo aos municípios de Coari e Tefé, com ataques a embarcações de passageiros.
O caso mais recente ocorreu em maio, quando uma balsa de 400 toneladas, avaliada em R$ 300 mil, foi furtada. O caso ocorreu no rio Negro, na zona oeste de Manaus. A embarcação ainda está desaparecida.
Sobre a criação de uma polícia hidroviária federal, o Ministério da Justiça informou que seria necessária uma alteração no Artigo 144 da Constituição Federal. O tópido ressalta que a segurança pública é exercida apenas pela polícia federal; rodoviária federal; ferroviária federal; polícias civis; militares e corpos de bombeiros militares.
A reportagem tentou entrevista com o delegado Carlos Augusto, da Polícia Civil do Amazonas, mas ele não atendeu aos telefonemas.