Ibama doa madeira apreendida para comunidades indígenas

Mais de 800 metros cúbicos de madeira foram doados nos últimos dias à comunidades indígenas de Mato Grosso. O material foi apreendido em fiscalizações do Ibama.

O povo Manoki, da aldeia Paredão, em Brasnorte (MT), recebeu a doação de mais de 350 metros cúbicos. De acordo com o Ibama, o material doado está avaliado em R$ 111 mil. A madeira será destinada para reforma de um barracão e a construção de uma escola indígena.

A Associação do Povo Indígena Cinta Larga recebeu o equivalente a 26 caminhões carregados de madeira. O material será utilizado para a construção e reforma de casas na região da Terra Indígena Serra Morena.

As toras foram apreendidas na semana passada durante operação de fiscalização do Ibama, que identificou irregularidades em uma madeireira de Juína.

Para Evandro Selva, chefe do Ibama em Juína, a doação de madeira para comunidades indígenas além de baratear os custos de obras dentro das aldeias, ajuda a proteger a floresta.

“Quando eu faço uma doação de madeira, eu deixo de colocar pressão em cima de florestas que estão de pé. A estratégia é evitar que eles façam o comércio de madeira. Eles procurarem os madeireiros, venderem uma parte e receberem uma parte de madeira já processada como pagamento. Mas eles fizeram o caminho certo, procuraram a instituição primeiro.”

No caso da madeira, que é material perecível, a doação é sumária. Após a constatação da irregularidade, o próprio fiscal pode fazer a destinação, imediatamente.

Tanto a Associação do Povo Indígena Cinta Larga, quanto os Manoki já haviam formalizado o pedido do material ao Ibama.

As doações só podem ocorrer em anos não eleitorais.