Publicado em 26/09/2017 - 20:53 Por Maíra Heinen - Brasília
Cerca de 40 comunidades do Arquipélago do Bailique, no Amapá, enfrentam constantemente os problemas decorrentes da falta de energia.
No distrito, que fica a 180 quilômetros da capital Macapá, serviços básicos e ações cotidianas precisam ser muito bem planejados porque o risco de apagão é alto.
A enfermeira Maria Léia, que atua numa unidade básica de saúde local, conta que no dia a dia deixa o jaleco de lado, porque o calor é forte e sem energia não há como manter ligado o aparelho de ar-condicionado. A chegada de vacinas, por exemplo, demanda uma logística complexa para impedir a perda de medicamentos.
Sonora: “A gente tá trazendo, desde fevereiro, 15 dias vem vacina pra cá, mas a gente tem que fazer toda uma logística: ter condições de funcionar nosso motor aqui na unidade, conversar com alguns comerciantes que tem motor e se falhar o nosso a gente manter e conservar essa vacina. Mas assim, foi assim que a gente conseguiu colocar o calendário vacinal em dia, das crianças. E é muita responsabilidade porque se a gente não conservar isso a gente pode perder vacina, e se a gente perder dose a gente responde via Ministério Público Federal”
Maria Léia relata que atividades simples como conservar alimentos ou voltar para casa à noite depois do trabalho, ficam mais complicadas. Segundo a enfermeira, até a Agência dos Correios vem funcionando de forma precária devido à falta de energia.
Por telefone a assessoria da CEA - Companhia de Eletricidade do Amapá – explicou que o problema tem relação com o fenômeno de terras caídas, uma espécie de erosão causada pela força das águas do rio.
De acordo com a Companhia, no início dos anos 2000 os postes de energia elétrica nas ilhas foram instalados muito próximos à beira do rio e qualquer erosão derruba as instalações.
A assessoria disse ainda que a empresa está buscando soluções para o problema junto ao Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá.