OEA faz audiência sobre violência nas favelas cariocas

Segurança Pública

Publicado em 23/10/2017 - 19:31 Por Lígia Souto - Rio de Janeiro

O relato é de Terezinha Maria de Jesus, mãe do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morador do Complexo do Alemão, na zona norte Rio de Janeiro, atingido na porta de casa por um tiro disparado por policiais militares.

 

Situações como esta, vivenciadas na rotina das comunidades cariocas foram denunciadas em audiência realizada nesta segunda-feira na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos.

 

O encontro, que aconteceu em Montevidéu, no Uruguai, abordou temas como a letalidade policial, a atuação das Forças Armadas na segurança pública e as operações nas favelas. A audiência contou com a participação de uma delegação do governo brasileiro, com representantes do Ministério das Relações Exteriores e, no âmbito estadual, da Secretaria de Segurança Pública.

 

Após assistir ao vídeo, a presidente da Comissão, Margarette May, se disse perturbada com as imagens e relatos.

 

A audiência foi proposta por um grupo de organizações e entidades, entre elas a Justiça Global, a Redes da Maré, o grupo Criola, o Instituto de Estudos da Religião e a Defensoria Pública do Estado do Rio. Para Eliana Souza, integrante da Redes da Maré, o cenário de violência no Rio é resultado de décadas de uma política de segurança “descriminatória e militarizada”

 

O diretor do Departamento de Direitos Humanos e Temas Sociais do Ministério das relações Exteriores, Alexandre Ghisleni fez uma apresentação sobre as medidas e políticas conduzidas pelo estado para o controle da atividade policial, promoção da igualdade social, redução da vulnerabilidade dos jovens negros, e noções sobre o modelo de segurança cidadã, segundo ele implementado no Brasil.

 

Além das denúncias, as organizações fizeram uma série de recomendações. Entre elas, o fim dos mandados de busca coletivos; a elaboração de um plano para regular as intervenções nas favelas; a implementação de medidas de enfrentamento ao racismo institucional e a não utilização das Forças Armadas em tarefas que correspondem às forças policiais.

Últimas notícias
Geral

Portos e Aeroportos e Anac irão investigar morte de cão Joca em avião

O cão Joca morreu aos cuidados da Gol. Ele foi embarcado para o destino errado e ficou oito horas dentro do canil, a uma temperatura de 36°. Presidente Lula prestou homenagem ao golden retriever, usando uma gravata com cachorros.

Baixar arquivo
Direitos Humanos

Caso Bruno e Dom: Justiça adia julgamento sobre júri popular

O desembargador federal retirou o julgamento da pauta para avaliar o pedido dos advogados de defesa. Ele também não divulgou nova data para retornar a apreciação. 

Baixar arquivo
Direitos Humanos

Letalidade policial no Brasil preocupa, aponta Anistia Internacional

“As polícias do Brasil não usam a inteligência como ferramenta. Usam a brutalidade, o tiroteio, as armas, a matança", afirma Jurema Werneck, Diretora Executiva da Anistia Internacional Brasil. Relatório da organização mostra violações de direitos humanos em mais de 150 países. No Brasil, as denúncias em 2023 aumentaram 41%, em relação a 2022.

Baixar arquivo
Direitos Humanos

Indígenas capturam 12 garimpeiros em Território Yanomami

Os garimpeiros foram escoltados até uma equipe da Força Nacional e serão levados para sede da Polícia Federal em Boa Vista. 

Baixar arquivo
Educação

São Paulo oferece curso inédito de licenciatura intercultural indígena

O curso é voltado a docentes que lecionam em escolas de terras indígenas de São Paulo dos povos Guarani Mbya e Nhandewa, e também das etnias Kaingang, Krenak e Terena.

Baixar arquivo
Educação

Professores indígenas na Bahia terão mesmo salário da rede estadual

A lei que reestrutura a carreira de professores indígenas foi sancionada pelo governador, Jerônimo Rodrigues. E assegura condições, gratificações e adicionais previstos para o magistério público dos ensinos fundamental e médio. 

Baixar arquivo