Publicado em 25/04/2018 - 08:25 Por Fabiana Sampaio - Rio de Janeiro
O Ministério Público (MP) do Estado do Rio de Janeiro pediu à Justiça a revogação da prisão preventiva de 138 dos 159 presos em uma festa, no último dia 7 de abril, em Santa Cruz, na zona oeste da capital.
A prisão ocorreu durante uma operação da Polícia Civil contra a milícia que controla o crime organizado na região.
De acordo com o MP não há provas efetivas que permitam o oferecimento de denúncia contra eles. O MP informou que vai denunciar apenas 21 dos detidos, que precisam ser mantidos na prisão.
O Ministério Público considera, no entanto, que não há ilegalidade na ação policial e na decisão da Justiça, que determinou a prisão dos participantes da festa.
Segundo o MP havia no local integrantes do primeiro escalão da milícia e, durante confronto iniciado pelos criminosos, os tiros partiram de dentro do local do evento.
O Ministério Público afirma ainda que os policiais encontraram diversos fuzis e pistolas, além de uniformes das Forças de Segurança Pública no local da festa, fatos que segundo o Ministério Público fluminense justificam as prisões em flagrante e preventiva, autorizadas em audiência de custódia no dia 9 de abril.
A Defensoria Pública do Estado, que assiste cerca de 40 suspeitos presos, criticou a decisão que manteve as prisões afirmando que foram desconsideradas provas de que as pessoas eram primárias, com bons antecedentes e profissão lícita.
Na última semana, a Justiça revogou a prisão preventiva do artista circense Pablo Dias Bessa Martins, um dos 159 detidos.
As prisões ocorreram no âmbito da Operação Medusa, apontada pela Polícia Civil como a maior ação voltada para o combate às milícias no Rio.