Debate aponta desafios para a EBC e a comunicação pública

Publicado em 12/08/2015 - 23:59 Por Victor Ribeiro - Brasília

Produtores de conteúdo, estudantes, professores, pesquisadores e profissionais de comunicação participaram nesta semana do seminário que debateu o modelo institucional da EBC, a Empresa Brasil de Comunicação. A empresa pública é composta por oito emissoras de rádio, três emissoras de TV e duas agências de notícias.

 

O diretor-geral e presidente interino da EBC, Américo Martins, destacou os principais pontos debatidos.

 

Sonora: "Nós temos um orçamento que bem ou mal é garantido, mas por outro lado precisamos sempre de recursos garantidos, fortes, robustos, para que a gente possa cumprir bem  a nossa missão e os nossos projetos. E o que isso aqui tudo indica é que um projeto de comunicação pública de verdade só pode ser tocado com parcerias profundas e fundamentais. E o que é melhor dessa discussão é aprofundar essas parcerias todas. É ter parceria com a produção independente, com a sociedade civil, com grupos organizados e até com outras empresas, e a nossa rede, certamente."

 

O seminário ocorreu nessa terça e quarta-feira e foi organizado pelo Conselho Curador, órgão formado por representantes do governo e da sociedade civil, responsável por avaliar o conteúdo da EBC.

 

A presidenta do Conselho Curador, Ana Fleck, afirmou que os conselheiros vão aproveitar os temas do seminário para aprofundar a discussão sobre conteúdo.

 

Sonora: "No conteúdo propriamente dito ,né? Que tipo de conteúdo a EBC está distribuindo e está veiculando não só na TV, Rádio, e agora com as novas mídias também, né?" 

 

Um dos novos conselheiros da EBC é Enderson Araújo, de 22 anos. Para ele, o seminário mostrou caminhos para aproximar os jovens da comunicação pública.

 

Sonora: "Que a EBC possa abrir espaços, abrir os canais para acolher, receber essas produções, e que os jovens, eles possam, esses jovens produtores,  possam se sentir interessados em apresentar essas produções que eles fazem, para a EBC"

 

Os debates sobre o modelo institucional da EBC se dividiram em três eixos: Autonomia e vinculação, financiamento e sustentabilidade, e gestão de conteúdo e participação social. A jornalista Priscila Kerche, representante dos empregados da EBC, destacou que a valorização dos profissionais aumenta a independência editorial.

 

Sonora: "A EBC é uma empresa pública, ela vai estar vinculada a algum ente estatal, e colocando pessoas que não foram indicadas pelo governo, ou então que são pessoas da sociedade civil mesmo, que prestaram concurso, entraram, isso cria maior possibilidade  para que o próprio funcionário tenha essa autonomia, tenha essa independência".    

                                                                                                                                                                                                                                                                      

Para a integrante do coletivo Intervozes e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Bia Barbosa, o seminário fortalece a comunicação pública.

 

Sonora: "Você ter o fortalecimento de uma empresa pública que é o centro de uma rede pública de televisão, de uma rede pública de Rádio, tudo isso significa você colocar novas vozes, você garantir mais diversidade, mais pluralidade no cenário midiático. A comunicação pública é o espaço, por essência, de expressão da sociedade civil".    

 

O produtor independente Luiz Henrique Romagnoli afirmou que o maior desafio da comunicação é conquistar a audiência.

 

Sonora: "Hoje essa concorrência  não é mais a outra rádio, se você é Rádio ou a outra TV; hoje a concorrência é a atenção do público, então essa modernização do pensamento, que hoje, nesses dois dias, se abriu muito mais, é o que vale a pena  daqui, basicamente.  Além de se discutir participação, além de se discutir eventualmente uma mudança no formato da EBC, principalmente se discute inovação, se discute  o que fazer melhor com o o que a EBC tem".

 

Já o professor da USP e apresentador do programa Ver TV, da TV Brasil, Laurindo Lalo Leal, destacou a relevância do papel dos meios de comunicação pública.

 

Sonora:  "Fazendo programas de qualidade, e que sejam,antes de mais nada, diferentes  daqueles feitos pela televisão comercial, pelo Rádio comercial; é fazer programas que mexam com a sensibilidade das pessoas, que deixem de lado os apelos ao consumismo  e mostrem a importância da cultura brasileira, da música brasileira; enfim,  é mostrar para o brasileiro o Brasil"

 

Todas as propostas do Seminário de Modelo Institucional da EBC foram compiladas e serão publicadas na página do Conselho Curador na internet. O endereço é conselhocurador.ebc.com.br.

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