Publicado em 10/07/2018 - 10:27 Por Eliane Gonçalves - Brasília
O Partido dos Trabalhadores vai denunciar o juiz Sérgio Moro no Conselho Nacional de Justiça. O anúncio foi feito nessa segunda-feira (9) durante reunião da cúpula do PT, em São Paulo, para avaliar os próximos passos da legenda depois do imbróglio judicial que quase resultou na saída do ex-presidente Lula da prisão.
Nesse domingo (8), um alvará de soltura para Lula foi concedido pelo desembargador Rogério Fraveto, plantonista do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª região.
Mas, em seguida, o juiz Sérgio Moro afirmou em despacho que o desembargador não tinha poderes para autorizar a liberação do ex-presidente.
Após idas e vindas sobre a soltura de Lula, a decisão final para que ele continue preso foi do presidente do TRF-4, desembargador Thompson Flores.
O Partido dos Trabalhadores voltou a questionar a isenção do juiz Sérgio Moro, no julgamento de Lula.
Mesmo de férias no exterior, o juiz foi um dos protagonistas na manutenção da prisão, pedindo à Polícia Federal que a decisão judicial não fosse cumprida. Movimentos sociais ligados ao PT vão questionar a postura de Sérgio Moro, no Conselho Nacional de Justiça.
Para o deputado federal Paulo Teixeira, um dos autores do pedido de habeas corpus para libertar o ex-presidente, Sérgio Moro rasgou a Constituição e tem que ser punido.
“Nossa Constituição ontem (domingo) foi rasgada por esse juiz de primeiro grau e esse tema foi assistido pelos tribunais superiores. O Supremo Triubunal Federal tem a obrigação de colocar os pingos nos 'is'. De colocar ordem na Casa. Ontem, um juiz de primeiro grau bagunçou a Justiça brasileira. Ele tem que ser processado pela Justiça brasileira, ele tem que responder criminalmente, ele tem que ser afastado de suas funções a partir do que ele fez. O contrário é aceitar um Estado de excessão.”
A assessoria de imprensa da Justiça Federal em Curitiba informou que o juiz Sérgio Moro não irá se manifestar sobre a denúncia no Conselho Nacional de Justiça.
Durante a reunião da cúpula do PT, o partido reforçou que Lula será o candidato à Presidência da República e afastou a possibilidade de uma candidatura alternativa.
Segundo a senadora Gleise Hoffmann, presidente do PT, a candidatura do ex-presidente Lula vai ser registrada no dia 15 de agosto.
Militantes estiveram na frente do Diretório Nacional do partido, no centro de São Paulo. Eles também estiveram presentes no acampamento em frente à sede da Polícia Federal, em Curitiba, onde Lula está preso há três meses.