Em São Paulo, haitianos usam o rap para amenizar a saudade

Publicado em 13/01/2015 - 10:00 Por Camila Maciel - São Paulo

Porto Príncipe, Haiti, 12 de janeiro de 2010. um terremoto de 7,3 graus na Escala Richter devastou o país. Widson Panooty, de 26 anos, estava em casa quando tudo aconteceu. Primeiro veio o tremor, depois, uma nuvem branca de poeira.


Três meses depois da tragédia, o jovem chegou ao Brasil, assim como muitos de seus compatriotas, para tentar reconstruir a vida. Segundo o Conselho Nacional de Migração, cerca de 40 mil haitianos imigraram para o território brasileiro após o terremoto.


Widson estudava ciências da informática no Haiti e, para iniciar a vida no novo país, foi trabalhar em obras de construção civil. Hoje, além de comandar uma equipe de pintores, ele tem um grupo de Hip Hop, junto com mais cinco haitianos. Na letra das música, temas sociais.


Com versos em crioulo e português, os haitianos usam a rima para falar da realidade do seu país e para amenizar a saudade, palavra aprendida no Brasil. E também agregam ritmos próprios da ilha do Caribe.

Asthelin Filsaime, 25 anos, é um dos haitianos que fazem parte da Visyon Rap, como o grupo é chamado. Ele veio para o Brasil em 2011 e também foi trabalhar na construção civil.


Logo após conquistar o primeiro salário no país, Don Poopy (nome que ele usa como rapper) começou a construir o sonho de viver da música. Ele conta que as letras que tinha escrito ficaram no Haiti e, por isso, teve que reescrever tudo.


Mas até que pudesse tirar o sustento da música, foram muitas as dificuldades enfrentadas pelo jovem. A começar pelo trajeto de vinda. Foram dias de viagem, de avião, saindo da República Dominicana, passando pelo Panamá e Equador. Depois, de ônibus, pelo Peru, pela Bolívia, até chegar ao Acre, no Brasil. O custo da viagem? 3 mil dólares.


Passados quase cinco anos da mudança para o Brasil, Widson e Asthelin avaliam que as condições no Haiti ainda são difíceis para um retorno, pois o país enfrenta graves problemas como a fome e o desemprego.

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