Publicado em 12/07/2017 - 11:24 Por Victor Ribeiro - Brasília
Duas pesquisas indicam recorde na safra de grãos em todo o país. A Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, estima que o segundo semestre do ano passado e o primeiro semestre deste ano resultaram na colheita de mais de 237 milhões de toneladas de grãos, cerca de 30 milhões de toneladas a mais que o recorde anterior, em 2014/2015.
O gerente de levantamento e avaliação de safra da Conab, Cleverton Santana, explicou os fatores que levaram ao recorde.
O balanço final da safra só será divulgado em setembro, mas o IBGE projeta uma produção ainda maior: 240 milhões de toneladas. O instituto também calcula o IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que é a inflação oficial do Brasil.
No mês de junho, a inflação foi a mais baixa desde 1998. Entre os motivos da queda do índice está a redução dos preços dos alimentos.
A coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes, destacou que a variação no preço dos alimentos atinge diretamente o nosso bolso.
O mercado costuma se comportar em função da lei da oferta e da procura. Quanto maior a oferta de um produto, menor o preço. Por isso, a supersafra de grãos traz a expectativa de que o preço dos alimentos continue diminuindo. E, junto com ele, a inflação, como um todo.
Se a tendência se mantiver, o Banco Central pode acelerar a redução dos juros, para evitar um desequilíbrio inflacionário, como afirmou o professor de economia da Fundação Getúlio Vargas, Jandir Feitosa.
O assessor técnico da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Alan Malinski, disse que os produtores estão preocupados com a supersafra. O setor encontra dificuldades para escoar a safra e para armazenar os grãos.
De acordo com o representante da CNA, em Mato Grosso os galpões estão ocupados pela soja e parte do milho está a céu aberto.
As produções que se destacaram na supersafra foram as de soja, milho, feijão, café robusta, amendoim e arroz.