Filhote órfão de Peixe-boi pode ser adotado

O filhote recém-nascido de peixe-boi encontrado no último dia sete em Manicoré, no Amazonas, poderá ser adotado por uma fêmea da espécie que se encontra no Inpa, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, em Manaus.

De acordo com relatos do ribeirinho que encontrou o animal, o filhote pode ter perdido a mãe biológica em um abate de peixes-boi adulto no Lago Matupiri.

Os pesquisadores do Inpa pretendem colocar a espécie junto ao peixe-boi Boo. A fêmea tem histórico de adoção de três filhotes vítimas da caça ilegal.
Boo é a moradora mais antiga do Centro de Mamíferos Aquáticos Uiara, atual Parque Aquático Robin Best do Inpa. Foi levada ao instituto na década de 70 ainda filhote apresentando maus-tratos. Na época pouco se sabia a respeito dos peixes-boi.
Em 1998, com 24 anos, Boo deu à luz ao primeiro bebê peixe-boi da Amazônia gerado e nascido em cativeiro, o “Erê”. Alguns anos depois, realizou uma façanha inédita, adotou dois filhotes órfãos, “Tapajós” e “Manaós”.

Depois de ter criado os filhos adotivos, a mãe “Boo” novamente engravida e em 2004, nasce “Kinja”. Seis anos depois, nasceu “Ayrumã”, o terceiro filho legítimo. Não satisfeita, Boo adota a sua terceira filha, “Erapuã”.

O ICMBio, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente de Manicoré, levaram o animal para a sede do município.

O resgate para Manaus foi feito de avião pela Ampa, a Associação Amigos do Peixe-boi, que contou com o apoio do chefe da Unidade da Reserva Extrativista do Lago do Capanã Grande do ICMBio, David Araújo.