Crise na saúde do Rio vira caso de polícia
Publicado em 22/12/2015 - 12:00 Por Nanna Pôssa - Rio de Janeiro
A direção do Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, na Zona Oeste do Rio registrou um boletim de ocorrência, no último final de semana, para se resguardar de possíveis falhas no atendimento.
De acordo com a polícia civil, foi registrado na 33ª Delegacia Policial (Realengo) uma medida assecuratória de direito futuro. De acordo com o Cremerj, Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, a medida serve como um registro preventivo para que a diretoria não seja responsabilizada em caso problema decorrente de uma possível falta de atendimento ou de insumos na entidade.
A medida não impede que o estado tenha que responder, caso um paciente não atendido tenha seu estado agravado. Mas segundo o Conselho Regional de Medicina mostra que o que está acontecendo é uma situação de caos extremamente grave.
Com salários atrasados e relatos de falta de material, os funcionários do Hospital Estadual Albert Schweitzer contam dificuldades. Uma enfermeira que não quis se identificar disse que sabe quando vai receber o salário de dezembro,
Mãe de uma paciente que está internada desde sábado no hospital, Eliane dos Santos, de 53 anos, reclama da dificuldade para transferir a filha que sofreu traumatismo craniano após cair de um ônibus, e precisa ser removida para uma unidade com neurocirurgia.
O comerciante Milton Douglas Barbosa, de 51 anos, afirma que foi agredido em uma festa e foi à emergência do hospital para obter um boletim de atendimento médico para levar à delegacia, mas não conseguiu.
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde afirmou que o atendimento no hospital está restrito aos casos mais graves e aos que já estão internados.
A secretaria informou ainda que vem reunindo esforços para minimizar os transtornos da crise financeira e restabelecer serviços "eventualmente suspensos ou restritos". Segundo a secretaria, a situação só deve ser normalizada com repasses para o Fundo Estadual de Saúde.
O órgão disse ainda que o registro de ocorrência feito na delegaciase refere à esfera administrativa e não criminal.