Publicado em 27/12/2018 - 09:54 Por Lucas Pordeus León - Brasília
A procuradora-geral da República, Raquel Dogde, defendeu a manutenção da prisão do médium João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus. Dodge argumentou que a prisão interrompe a prática de mais crimes, como intimidação de testemunhas e vítimas, além de evitar uma fuga.
A procuradora-geral se manifestou no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o habeas corpus pedido pela defesa do médium.
Para Raquel Dogde, a concessão da liberdade pelo Supremo representaria a supressão das instâncias do Judiciário, pois o mérito do habeas corpus não teria sido analisado pelo Tribunal de Justiça de Goiás ou pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A procuradora-geral ainda argumenta que a prisão preventiva é necessária, já que o investigado teria apresentado risco de fuga e a intenção de dificultar as investigações.
Dodge cita as provas de movimentação financeira de que João de Deus teria aberto mão de rendimentos para realizar saque imediato de vultuosas quantias.
O Ministério Público de Goiás cita que João de Deus movimentou R$ 35 milhões, após o pedido de prisão do médium. Sobre o argumento de que ele teria se entregue a polícia espontaneamente, Raquel Dogde diz que isso só ocorreu após decretada a prisão e quando eram conhecidas as movimentações financeiras.
A defesa do médium entrou com um habeas corpus no Supremo, e o pedido de liberdade deve ser analisado pelo presidente da corte, ministro Dias Toffoli.
João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro. Ele é acusado de abusar sexualmente de mulheres que buscavam ajuda espiritual ou curas mediúnicas. O Ministério Público de Goiás contabiliza mais de 600 denúncias, que somam 260 possíveis vítimas do médium, incluindo crianças e adolescentes.
A defesa nega todas as acusações.