Publicado em 16/09/2019 - 11:07 Por Michelle Moreira - Brasília
Majestosa com seus quase 86 metros de altura, ela é a gigante da Amazônia. A árvore - um Angelim Vermelho - foi descoberta por pesquisadores que encararam uma expedição repleta de riscos ao longo do rio Jari, na área de conservação ambiental Floresta Estadual do Paru, entre os estados do Pará e do Amapá.
Os estudiosos, que representam universidades do Brasil, Finlândia e Reino Unido, tiveram conhecimento da existência da planta após analisarem os dados de uma pesquisa sobre a quantidade de biomassa no bioma Amazônia.
Os dados foram coletados por meio de um aparelho acoplado em uma aeronave, que atuou como uma espécie de scanner.
O pesquisador da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Eric Bastos, explica que a partir das imagens eles perceberam que as árvores de determinadas localidades dentro da floresta tinham cerca de 80 metros, um tamanho que não era compatível com espécies comuns da Amazônia, sendo a maior delas com 88,5 metros que, segundo ele, é a maior não apenas da Amazônia como do Brasil.
Árvores alcançarem este tamanho é um acontecimento raro. Isso porque quanto mais alta, mais suscetível a quebras. Além disso, o crescimento limita a chegada de água na copa da planta.
Para o pesquisador, estudar esta espécie é fundamental uma vez que ela contribui para a preservação do meio ambiente. Exemplo disso é a capacidade de atuar no chamado sequestro do carbono.
O processo ajuda no controle no gás carbônico, uma vez que a planta absorve e armazena o carbono em longo prazo.
O professor afirma que a localização remota tem protegido, pelo menos por enquanto, as árvores digamos “fora do padrão” das queimadas que têm sido constantes na Amazônia.
Além disso, a existência dessas plantas mostra a necessidade de se conservar e estabelecer políticas públicas de longo prazo, com incentivo à pesquisa e monitoramento da flora.