Publicado em 01/10/2019 - 15:03 Por Juliana César Nunes - Brasília
Policiais federais cumprem nesta terça-feira quatro mandados de busca e apreensão e três mandado de prisão temporária em Palmas, no Tocantins.
A ação faz parte da Operação Urutau, que pretende desarticular uma organização criminosa, acusada de corrupção e lavagem de dinheiro.
O nome da operação faz referência ao pássaro urutau, conhecido como o rei da camuflagem. No caso em apuração, a camuflagem ocorreria por meio de laranjas e testas-de-ferro, para dissimular ou ocultar a origem ilícita dos recursos e a real propriedade de bens e empresas.
O valor total dos contratos públicos ligados às empresas deste esquema pode ultrapassar R$50 milhões. A Operação Urutau é uma continuidade das investigações iniciadas em 2016, com a Operação Reis do Gado e que apontam a existência de esquemas de desvio de recursos públicos em gestões anteriores do governo do estado.
Na semana passada, Marcelo Miranda, ex-governador do Tocantins, foi preso. O pai e o irmão do político também foram detidos pela Polícia Federal. Na sexta-feira o pai foi solto mediante pagamento de fiança.
Os agentes afirmam que, mesmo após as primeiras investigações, o grupo continuava praticando crimes como lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e uso de laranjas para esconder patrimônio. A defesa de Marcelo Miranda e do irmão nega as acusações e vai entrar com pedido de habeas corpus ainda nesta semana.
As atividades econômicas envolveriam desde fazendas agropecuárias, passando pela compra de aeronaves, até empresas de engenharia e construção civil. Segundo cálculos dos investigadores, a suposta organização criminosa teria causado prejuízos de mais de R$300 milhões aos cofres públicos.