Depoimento de Mércio Gomes é adiado na CPI da Funai
Publicado em 25/02/2016 - 15:29 Por Graziele Bezerra - Brasília
Os trabalhos da CPI da Funai nesta quinta-feira (25) terminaram sem o depoimento do ex-presidente da Funai Mércio Gomes. Ele dirigiu a fundação durante o primeiro mandato do ex-presidente Lula.
O depoimento de outro convidado, o professor Denis Resenfield, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul durou mais de 2 horas e a deputada Érika Kokai pediu o adiamento da sessão. A parlamentar contestou a CPI.
Sonora: "A CPI não deveria nem existir porque ela foi construída sem fato determinado, com o objetivo de criar um clima favorável para que se vote a PEC 215 para que nunca mais se homologue qualquer terras indígena, quilombola, ou unidade de conservação nesse país."
Durante sua exposição, Rosenfield fez críticas à política de desapropriação para demarcação de terras indígenas adota no Brasil.
Sonora: "Os proprietários rurais, os indígenas, os quilombolas têm uma expectativa de direito e esses direitos tem que ser reconhecidos. Acontece que na questão indígena temos uma verdadeira expropriação dos produtores rurais, que são indenizados apenas pelas benfeitorias e não pela terra nua. Absolutamente abandonados e isso implica agricultores familiares, pequenos, médios ou grandes agricultores."
O ex-presidente da Funai foi impedido de acompanhar o depoimento no plenário e teve que esperar em uma sala reservada. Ele afirmou que quer colaborar com a CPI.
Sonora: "Eu vou trazer aqui minha experiência como presidente da Funai, como antropólogo, alguns livros escritos, uma vivência muito rica na Funai, a demarcação de terras muito importantes na época, os debates que ocorreram, a visão que o povo brasileiro tem da questão indígena, da sua busca por uma identidade que comporte os povos indígenas como parte essencial."
A data provável para o depoimento de Mércio é a próxima quinta-feira, dia 3 de março.