Dilma destaca veio golpista na política brasileira
Publicado em 19/04/2016 - 19:01 Por Danyele Soares - Brasília
Em entrevista a jornalistas estrangeiros, a presidenta Dilma Rousseff afirmou que há no Brasil um veio golpista, onde a possibilidade de impeachment nunca é afastada. Dilma voltou a criticar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o vice-presidente da República, Michel Temer, e disse que não é justo que o país passe 15 meses tendo aqueles que não chegam ao poder pela formas previstas na democracia tentando encurtar caminho.
A presidenta deu explicações para as chamadas pedaladas fiscais e garantiu que o caso não trata de mau uso do dinheiro público. Na opinião dela, diz respeito ao modo como o governo gerencia e gasta o dinheiro.
Dilma também lamentou a citação do deputado Jair Bolsonaro, do PSC, ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, durante a votação na Câmara. Ustra foi considerado pela Justiça como maior torturador da ditadura militar.
Respondendo a uma pergunta sobre as Olimpíadas, Dilma disse que o governo está trabalhando e que tem certeza de que esses serão os melhores Jogos Olímpicos do mundo.
Dilma ainda comentou a expressão “tchau, querida”, usada por diversos deputados durante a votação.
E após a votação do impeachment na Câmara, a presidenta renomeou ministros que foram exonerados para votar contra o processo. Voltaram para os cargos, os ministros da Saúde, Marcelo Castro, do PMDB, e do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, do PT.
Já o ministro da Aviação Civil, Mauro Lopes, também do PMDB, que havia sido exonerado, não foi renomeado. Ele votou a favor do impedimento. E o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, foi exonerado a pedido. Na semana passada, ele pediu demissão do cargo, após o partido dele, o PSD, declarar que iria apoiar o processo de impeachment.