Publicado em 22/08/2017 - 19:29 Por Victor Ribeiro - Brasília
Por unanimidade, os cinco ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal aceitaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente e senador pelo PTC Fernando Collor de Mello.
Collor virou réu na Lava Jato.
O julgamento começou na semana passada, após dois pedidos de adiamento, feitos pelo advogado de Collor.
O relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, concluiu hoje (22) o voto.
Para Fachin, a denúncia traz indícios suficientes para autorizar a abertura de ação penal contra o senador. A defesa de Fernando Collor disse exatamente o contrário: que não existe prova de que o parlamentar teria recebido dinheiro desviado.
Os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Celso de Mello acompanharam o relator.
A Procuradoria-Geral da República denunciou Fernando Collor de Mello pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O senador teria recebido R$ 29 milhões em propina a partir de negócios da BR Distribuidora.
A denúncia também envolve a mulher do senador, Caroline Collor, e seis acusados que atuavam como “operadores particulares” e “testas de ferro” no recebimento dos valores.
De acordo com a PGR, Fernando Collor usou a propina para comprar carros de luxo. Entre eles, um Lamborghini, avaliado em mais de R$3 milhões de reais; uma Ferrari, um Bentley e duas Land Rover.
Os veículos foram apreendidos em 2015, na Casa da Dinda, a residência particular de Collor, que fica no Setor de Mansões do Lago Norte, área nobre de Brasília.
Em nota, o senador Fernando Collor de Mello comemorou o fato de o Supremo Tribunal Federal ter aceito só essa parte da denúncia, que acusava o grupo de praticar mais cinco crimes.
Collor acrescentou que terá oportunidade de comprovar sua inocência na próxima fase do processo.