Comissão pede reconhecimento da escravidão como genocídio
Publicado em 09/12/2015 - 23:00 Por Carol Barreto - Brasília
A História é, em geral, escrita pelos vencedores. No entanto, de vez em quando os vencidos se rebelam e atrevem-se a reescrevê-la com suas próprias cores. Esse é o trabalho da Comissão Estadual da Verdade sobre a Escravidão Negra, instalada em março deste ano no Rio de Janeiro.
Após oito meses de pesquisa, o resultado parcial das investigações foi apresentado nesta quarta-feira (9) no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Relator da Comissão Estadual da Verdade Sobre a Escravidão Negra, Wilson Prudente pontuou os mitos que o trabalho do grupo está derrubando e as propostas de reparação que apresentarão.
Presidente da Comissão Estadual da Verdade sobre a Escravidão Negra, Marcelo Dias anunciou a assinatura de um convênio com a Polícia Militar para a continuidade das pesquisas do grupo.
Em oito meses de trabalho, uma das coisas que a comissão já descobriu é que 70% dos africanos que chegaram vivos ao Brasil nos navios negreiros eram menores de 18 anos, o que significa que o país teve uma escravidão essencialmente infantil. Já foram realizadas reuniões e audiências públicas em 12 municípios do estado, mas o plano é visitar todos para ouvir a população negra, incluindo-a no processo.