Número de casamentos precoces no Brasil cai 2% em 15 anos, revela Banco Mundial

Banco Mundial

Publicado em 28/05/2019 - 19:42 Por Eliane Gonçalves - São Paulo

 Marilene de Brito tinha apenas 14 anos quando casou pela primeira vez. Esperava uma vida melhor que a que teve na infância em Barra do Choça, no interior da Bahia, mas encontrou violência.

 

A história de Marilene não é exceção.

 

Pelo menos uma em cada cinco meninas se casa antes de completar 18 anos no Brasil.

 

O casamento na infância e na adolescência é mais frequente nas regiões Norte e Nordeste do país, nas zonas rurais, e entre as meninas mais pobres.

 

Elas se casam com homens adultos, em média, 9 anos mais velhos.

 

O primeiro marido de Marilene, por exemplo, era 13 anos mais velho que ela.

 

Acabar com os casamentos precoces é uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

 

O prazo para os países erradicarem o problema vai até 2030.

 

No Brasil, a taxa de prevalência de casamentos para meninas com menos de 18 anos até vem caindo. Mas a mudança tem sido muito lenta, segundo análise do Banco Mundial.

 

Em 15 anos, uma queda de 2%. Saiu de cerca de 22% do total de casamentos ocorridos no ano 2000 para 20% das uniões que aconteceram em 2015.

 

Para Paula Tavares, uma das autoras da análise e advogada especialista em questões de gênero do Banco Mundial, nesse ritmo o Brasil não vai conseguir cumprir a meta da ONU.

 

Em março, entrou vem vigor a lei que proíbe o casamento de menores de 16 anos.

 

Para a advogada isso representa um avanço, mas a nova regra ainda autoriza casamentos para quem tem entre 16 e 18 anos e o consentimento dos pais ou autorização judicial.

 

Segundo ela, a lei também não resolve o problema das uniões informais.

 

Para Paula Tavares é preciso apostar na educação e garantir que as meninas concluam o ensino médio.

 

Marilene, que hoje tem 33 anos, mora em São Paulo, está no segundo casamento e ganha vida como empregada doméstica, concorda com a análise da especialista. 

 

 

O estudo também recomenda outras estratégias para que as meninas não abandonem as escolas, uma delas é conseguir estudar perto de casa, garantir que elas não sejam vítimas de violência e assédio sexual nem dentro da escola, nem a caminho dela e que a educação seja de qualidade para que as famílias percebam a importância de manter as filhas nas escolas.

 

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