Cesta Básica deve ter máximo de comida natural e mínimo de processados

33 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar

Publicado em 05/03/2024 - 17:34 Por Sayonara Moreno* - repórter da Rádio Nacional - Brasília

A nova cesta básica deve ter o mínimo de alimentos processados e o máximo de comida natural. É o que determina o decreto assinado nesta terça-feira (5), pelo Presidente Lula, durante abertura da primeira Reunião Plenária do ano do CONSEA, Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.

Para a engenheira de alimentos e integrante da organização ACT Promoção da Saúde, Priscila Diniz, o novo decreto “representa um avanço significativo” na forma como se entende e se promove a alimentação no Brasil.

“Ele é um marco importante, pois consolida regulamentos que antes estavam dispersos e já não correspondiam mais à realidade e à necessidade da alimentação brasileira. Então, o decreto vem para substituí-los e atualizá-los. A grande novidade consiste no estabelecimento de bases de diretrizes para a garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável, à saúde e ao bem-estar da população. E, pra isso, ele pauta as recomendações do guia alimentar para a população brasileira”, avalia.

O texto diz que os ingredientes básicos na alimentação dos brasileiros devem incluir leguminosas, cereais, raízes e tubérculos; legumes e verduras; frutas; castanhas e nozes; carnes e ovos; leites e queijos; açúcares, sal, óleos e gorduras; e café, chá, mate e especiarias. Além disso, os itens devem ser, de preferência, agroecológicos, produzidos na região específica e de agricultura familiar.

Durante a assinatura do decreto, o Presidente Lula disse que depende do governo e dos atores sociais tirar, mais uma vez, o Brasil do mapa da fome.

No mesmo evento, o CONSEA entregou ao Presidente o relatório final da sexta conferência nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em dezembro do ano passado. O documento tem quase 250 propostas, para a elaboração do terceiro Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, para o período de 2024 a 2027.

De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, 33 milhões de pessoas no Brasil “estão em situação de insegurança alimentar e nutricional considerada grave”. Em 2022, o Brasil voltou para o Mapa da Fome.

* Com produção de Beatriz Evaristo

Edição: Bianca Paiva / Fran de Paula

Últimas notícias
Educação

Com impasse na negociação, universidades federais devem ampliar greve

Mais nove universidades federais devem entrar em greve nesta próxima semana. A informação foi divulgada pelo Andes, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior.

Baixar arquivo
Direitos Humanos

Para povos indígenas, demarcação de terras é fundamental, diz ministra

O futuro dos povos originários brasileiros é um campo de disputas e possibilidades, marcado por contradições e esperança.

Baixar arquivo
Justiça

Senado recorre para manter desoneração da folha de pagamento

O ministro Cristiano Zanin concedeu liminar a favor de um pedido do governo federal ao STF para suspender os efeitos da prorrogação da desoneração até 2027.

Baixar arquivo
Geral

Ipea realiza pesquisa online para conhecer realidade das domésticas

Dia 27 de abril é comemorado o Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica. A data foi escolhida por ser dia de Santa Zita, reconhecida como padroeira das domésticas.

Baixar arquivo
Geral

Amazônia tem mais de 80 mil pontos de garimpo, revela Ipam

Levantamento observou a atividade mineradora na região no período entre 1985 e 2022. Ao longo desses 37 anos, a maior devastação ocorreu entre 2016 e 2022, exatamente nas terras indígenas onde o garimpo cresceu 361%.

Baixar arquivo
Saúde

Anvisa lança painel na internet com preços de medicamentos

Os remédios têm os preços regulados pelo governo. O painel mostra o valor máximo que as farmácias e indústria podem cobrar.

Baixar arquivo