Publicado em 24/05/2018 - 15:46 Por Lucas Pordeus León - Brasília
Para a Associação Brasileira dos Caminhoneiros, a medida da Petrobras de reduzir em 10% o preço do diesel e congelá-lo por 15 dias é um paliativo que não resolve a situação da categoria.
A entidade diz representar cerca de 700 mil trabalhadores em um universo estimado de 1 milhão de caminhoneiros no país.
O presidente da associação, José Fonseca, diz que a greve deve continuar até que o governo publique no Diário Oficial da União a lei zerando os impostos federais sobre o diesel.
A liderança dos caminhoneiros argumenta que a categoria demoraria cerca de 12 dias para normalizar o serviço. Com isso, o preço ja estaria próximo do valor antes do congelamento proposto pela Petrobras.
O governo já anunciou que vai zerar a Cide, um dos tributos federais, e a Câmara aprovou projeto que zera o PIS e Cofins até o final do ano.
A medida ainda precisa ser aprovada no Senado. Mas o presidente da Casa, Eunício Oliveira, viajou para o Ceará, seu estado de origem, o que pegou a liderança dos caminhoneiros de supresa.
Ele esperava que o Senado votasse nesta quinta-feira o fim do Pis e Confis sobre os combustíveis para o governo publicar a lei na sexta-feira, pondo fim ao movimento. Mas, sem a publicação, o presidedente da associação dos caminhoneiros diz que a greve deve continuar.
A categoria ainda negocia mudanças na política de preços da Petrobras para dar maior previsibilidade aos caminhoneiros autônomos. A ideia é que o reajuste ocorra a cada 30 a 60 dias.
Desde julho do ano passado, a Petrobras reajusta os preços de acordo com a variação do petróleo, derivados e do dólar no mercado internacional. Isso tem gerado aumentos sucessivos nas bombas dos postos de combustíveis.
A categoria também quer apresentar um projeto no Congresso para zerar definitivamente o Pis e Cofins dos caminhoneiros autônomos e sindicalizados, já que a medida aprovada na Câmara prevê que os tributos não sejam cobrados só até o final deste ano.