Com inflação a Black Friday deve gerar menor valor real em cinco anos
Publicado em 17/11/2021 - 14:55 Por Lígia Souto - Repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro
As vendas da promoção Black Friday devem apresentar neste ano a primeira queda, desde 2016, se for descontada a inflação acumulada em 12 meses. De acordo com a CNC, Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, o tradicional dia de descontos, marcado para 26 de novembro, deve ter um recuo de 6,5% em relação ao ano passado.
A CNC espera que as vendas alcancem quase R$ 4 bilhões no país, maior valor nominal desde que a data foi incorporada ao calendário do varejo nacional. Mas, como a inflação em 12 meses acumula variação de 10,67%, em termos reais, a Black Friday deverá ter uma queda em relação a 2020.
Na última edição, foi registrado um valor nominal de vendas de R$ 3,78 bilhões, que superaria os 4 bilhões, se o montante fosse corrigido pela inflação.
A expectativa é que mais da metade das receitas venha dos setores de móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e utilidades domésticas. Outros segmentos com previsão de receita relevante são hiper e supermercados, vestuário, calçados e acessórios.
A CNC coletou diariamente mais de dois mil preços de itens agrupados em 34 linhas de produtos ao longo dos últimos 40 dias, encerrados em 16 de novembro. Desses, 26% revelaram tendências de redução no período – percentual abaixo dos 46% observados às vésperas da Black Friday de 2020, quando a taxa de inflação era de 3,9%.