Brasil registra para março a maior inflação em 28 anos

Preços subiram 11,30% no acumulado dos últimos 12 meses

Publicado em 08/04/2022 - 12:11 Por Tâmara Freire - Repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro

O Brasil registrou em março a maior inflação para este mês desde o lançamento do Plano Real. Os preços subiram 1,62%, depois de já terem avançado 1,01% em fevereiro. A taxa só é menor do que a registrada em março de 1994, antes da adoção da nova moeda criada justamente para conter a hiperinflação. Com isso, no acumulado dos últimos 12 meses, a inflação já chegou a 11,30%, o maior valor desde outubro de 2003. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, divulgado nesta sexta-feira pelo IBGE.

De acordo com o gerente da Pesquisa, Pedro Kislanov, os grandes vilões foram os transportes, que subiram 3,02%, e os alimentos e bebidas, com avanço de 2,42. Mas o índice de difusão, que mostra a quantidade de itens que tiveram aumento, chegou a 76,13%, um recorde desde outubro de 2016, o que mostra que a inflação está bastante disseminada...

No caso dos transportes, a alta foi causada, principalmente, pela correção de 6,70% nos preços dos combustíveis, após novo reajuste feito pela Petrobras. A gasolina, com alta de 6,95%, teve o maior impacto individual no IPCA de março, mas os preços do gás veicular, do etanol e do óleo diesel também subiram significativamente. O diesel, inclusive, é o subitem não alimentício que mais subiu nos últimos 12 meses, 46,47%.

Já no grupo dos alimentos e bebidas, o avanço de 2,42% nos preços resultou principalmente do valor dos alimentos para consumo no domicílio, que subiram 3,09% no mês passado.

Mas todos os itens alimentícios tiveram alta e produtos comuns na mesa dos brasileiros encareceram bastante. O tomate ficou 27,22% mais caro, e o preço da cenoura, que já estava alto, subiu mais 31,47%. E de acordo com Kislanov, em 12 meses, a inflação dos alimentos e bebidas já acumula  11.62%...

Além disso, este mês o grupo habitação também subiu 1,15% por conta da alta de 6,57% no gás de botijão e de 1,08% na taxa de energia elétrica. Os dois itens fazem parte do grupo de monitorados, porque os preços são regulados de alguma forma pelo governo. Em março, esse grupo teve uma inflação ainda maior do que o índice geral, com alta de 2.65%, que chega a 14,84 em 12 meses.

Nesta sexta-feira, o IBGE também divulgou a inflação medida pelo Indice Nacional de Preços ao Consumidor, que mede a variação de produtos e serviços consumidos por famílias de menor renda. O INPC de março também foi o maior para este mês desde a adoção do plano real: 1,71%.

Edição: Ana Lúcia Caldas / Guilherme Strozi

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