Estrutura de mina corre risco de se romper em Barão de Cocais; moradores temem danos

Vale

Publicado em 19/05/2019 - 14:31 Por Lucas Pordeus León - Brasília

A cidade de Barão de Cocais, na região central de Minas Gerais, vive a angústia de poder ser atingida por rejeitos da mineração da barragem Mina do Gongo Soco, da empresa Vale. Seis mil pessoas, das 32 mil que vivem no município, estão dentro da zona de risco, que pode ser atingida pelos rejeitos da mineração.

 

O empresário Luís Felipe conta que os comerciantes temem que a cidade acabe, caso haja o rompimento.  A zona de risco fica no centro da cidade, onde está a maior parte do comércio.

 

A Agência Nacional de Mineração já dá como certo o rompimento do talude norte da cava, estrutura que fica a um quilômetro e meio da barragem Sul Superior. A dúvida é se o rompimento do talude vai ser o gatilho que falta para romper a barragem, que está no nível 3 de segurança, o mais alto e que significa risco iminente de rompimento.

 

Em fevereiro, a Defesa Civil teve que retirar 443 pessoas da zona de autossalvamento, considerada a mais crítica.

 

O documento da empresa Vale, a que o Ministério Público de Minas Gerais teve acesso, aponta que o talude norte da cava da mina vai se romper entre os dias 19 e 25 de maio, ou seja, até o próximo sábado.

 

A estrutura, que estava se deslocando 10 centímetros por ano desde 2012, medida considerada aceitável para uma cava profunda, começou a se descolar 5 centímetros por dia, o que levou a empresa a calcular um rompimento para esta semana.

 

Caso rompam o talude e a barragem, a lama vai demorar cerca de 1h12m para chegar até a cidade de Barão de Cocais.

 

A Defesa Civil organizou uma simulação, nesse sábado (18), para orientar os moradores sobre as rotas de fuga.

 

Apenas 27% do público-alvo esperado compareceu à atividade, número considerado baixo pela própria Defesa Civil. O tenente Flávio Fagundes, da Defesa Civil, diz que o trabalho deles é auxiliar nas rotas de fuga.

 

Existem dúvidas ainda a respeito do alcance que os rejeitos podem ter, indo além da zona delimitada pela Defesa Civil.

 

Na última semana, a juíza Fernanda Chavez Carreira Machado, da comarca de Barão de Cocais, deu um prazo de 72 horas, a partir da notificação da Vale, para que a empresa apresente um estudo sobre os impactos de 100% dos rejeitos e líquidos do complexo da mina Gongo Soco. A multa para o não cumprimento da decisão é de R$ 300 milhões.

 

A mineradora Vale iniciou, na última quinta-feira (16), a construção de um muro de contenção, que funcionará como barreira física, caso haja o rompimento.

 

Em nota, a Vale diz que iniciou a terraplanagem para a construção do muro e que continua monitorando a barragem 24 horas por dia.

 

*Áudio alterado às 15h31 de 19/05/19 para ajuste de informação. 

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