Conselho de Enfermagem recebe mais de 6 mil denúncias sobre falta de equipamentos de proteção

Mais de 6 mil denúncias de falta de máscaras, luvas, óculos e roupas impermeáveis de proteção e outros itens importantes no trabalho de profissionais da saúde no combate ao novo coronavírus já foram registradas no Conselho Federal de Enfermagem. Isso desde o início da pandemia da Covid-19, em março.

Para tentar resolver em parte essa falta de equipamentos de proteção individual existe o site EPI Match, que em português significa Encontro de EPI. A ideia é similar a dos aplicativos de relacionamento. Empresas que fabricam os itens de proteção e instituições que precisam desses equipamentos fazem um cadastro. Assim que a plataforma encontra perfis compatíveis, manda um e-mail para o fornecedor.

A gerente de projetos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Cyntia Matos, uma das idealizadoras da iniciativa, resume o objeto da plataforma. Esses equipamentos de proteção individuais podem evitar o adoecimento e até a morte de quem trabalha diretamente no combate a Covid-19.

Desde março, mais de 10 mil enfermeiros e técnicos de enfermagem apresentaram sintomas da doença, mas apenas dois mil tiveram o diagnóstico confirmado com o novo coronavírus. Desse total, 88 morreram, mas 16 dessas mortes ainda estão em investigação.

O coordenador do Comitê Gestor de Crise da Covid 19 do Conselho Federal de Enfermagem, Walkirio Almeida, explica que o problema nos hospitais do Brasil vai além da falta dos epis.

O Ministério da Saúde já entregou, pelo menos, 71 milhões de equipamentos de proteção individual para toda a rede pública de saúde do Brasil, desde o início da pandemia da Covid-19. Só na segunda quinzena de abril, foram mais de 10 milhões de máscaras, aventais, luvas, óculos de proteção, sapatilha, toucas e álcool em gel.