Voluntários organizam e distribuem doações que chegam a Petrópolis

Ainda tomada por um cenário de destruição e com quase mil desabrigados e desalojados, voluntários de Petrópolis não tem poupado esforços para organizar a distribuição de donativos que chegam de várias partes do estado.

Os voluntários levam água, comida, roupas e itens de higiene para os pontos de apoio montados em diversas partes da cidade. As doações chegam em carros particulares, caminhões, ônibus, vans e caminhonetes.

Até quem perdeu sua casa e por pouco salvou a sua própria vida e a da família está ajudando nos trabalhos. É o caso de Mônica Cristina Januário, de 49 anos, que está abrigada na casa de uma tia com os quatro filhos e estava ajudando nos trabalhos em uma creche na Comunidade 24 de maio, onde morava.

A Rua Nova, onde ficava a casa de Mônica, fica poucos metros acima de uma das ruas mais famosas de Petrópolis, a Rua Teresa. Quando a tempestade caiu sobre a cidade, a lama que desceu das encostas na Rua Nova e ruas acima soterrou casas e invadiu lojas nessa via. A Rua Teresa recebe um grande número de visitantes por ser um polo de moda com preços populares, e a tradição da atividade têxtil criou no local uma cadeia de confecções que abastece as próprias lojas.

Os comerciantes do local estão desolados e não sabem como vão conseguir se reerguer. Dono de uma dessas confecções, Carlos Roberto Alves, de 61 anos, ainda não sabe se poderá reabrir sua empresa. Apesar de não ter tido danos estruturais na loja, uma encosta desabou bem ao lado do local onde trabalha há 30 anos.

No ponto mais crítico da Rua Teresa, equipes de salvamento ainda buscam desaparecidos em meio a casas soterradas e muita lama. Já nas partes em que foi possível ao menos isolar a lama em parte da calçada, comerciantes começam a chegar para avaliar os estragos e limpar a sujeira.

Com informações de Vinícius Lisboa