Porta-aviões da Marinha permanece sem atracar em Pernambuco
Publicado em 10/11/2022 - 12:15 Por Gabriel Correa - Repórter Rádio Nacional - Maranhão
A Justiça Federal determinou que a Marinha brasileira não realize a atracação do porta-aviões, de 266 metros de comprimento, e que está parado há cerca de um mês no litoral de Pernambuco. A decisão dessa quarta-feira é em caráter liminar e é em resposta a pedido do governo de Pernambuco.
A operação de atracação forçada, ou seja, sem autorização administrativa foi notificada ao Governo do Estado e ao Porto de Suape, localizado na região metropolitana de Recife, na terça-feira. Segundo a decisão judicial, o ex-Navio Aeródromo "São Paulo" oferece riscos ambientais por causa do amianto, uma substância altamente tóxica.
Enquanto pertenceu à Marinha Nacional Francesa, na década de 1990, foi realizada a retirada de 55 toneladas de amianto da embarcação. O porta-aviões foi vendido pela Marinha brasileira em um processo de licitação neste ano para um estaleiro turco, para ser realizdo um desmanche. No entanto, no final de agosto, quando o navio se aproximava do Mar Mediterrâneo, a Turquia cancelou a autorização de entrada.
A embarcação teve que voltar para o litoral brasileiro em outubro e a atracação foi proibida após um laudo emitido pela Agência Pernambucana do Meio Ambiente.
Hoje, o navio está a cerca de 30 quilômetros da costa. Segundo a Marinha, em nota divulgada no mês passado, o amianto atualmente existente "não oferece riscos à saúde".
De acordo com a decisão judicial que proíbe a entrada do navio: a Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - deve se manifestar sobre o caso.
Nossa reportagem voltou a entrar em contato com a Capitania dos Portos em Pernambuco, mas ainda não obtivemos resposta.
Edição: Samia Mendes / Alessandra Esteves