Livro conta história do caso Araceli Crespo
Publicado em 18/05/2023 - 20:08 Por Tâmara Freire - Repórter Rádio Nacional - Rio de Janeiro
Há exato meio século, uma menina chamada Araceli Crespo, que tinha apenas 8 anos, desapareceu depois de sair da escola, em Vitória, capital do Espírito Santo. Seu corpo foi encontrado dias depois e pelos indícios, concluiu-se que ela foi violentada e assassinada.
Dois herdeiros de famílias poderosas do estado, Dante de Barros Michelini e Paulo Constanteen Helal, foram acusados de drogar, estuprar e matar a menina. Além disso, o pai de um deles, Dante Brito Michelini foi acusado de contribuir com o crime e usar sua influência para atrapalhar as investigações.
Todos se declaravam inocentes e apesar de terem sido condenados em um primeiro julgamento, os três foram inocentados após recurso.
Por causa da impunidade e da grande visibilidade que recebeu, o caso Araceli se tornou símbolo do combate à violência sexual de crianças e adolescentes e o dia 18 de maio foi transformado em Dia Nacional pela causa.
Agora que o caso completa 50 anos, os jornalistas capixabas Felipe Quintino e Katilaine Chagas lançam o livro “O Caso Araceli - Mistérios, Abusos e Impunidade” que se debruçou de maneira inédita sobre o processo judicial, além de entrevistar testemunhas e analisar a cobertura jornalística do crime.
De acordo com Quintino, o objetivo da obra é confrontar as informações sobre o caso e revelar as lacunas da investigação que contribuíram para que a morte de Araceli ficasse impune.
Katilaine reforça ainda como a exploração sensacionalista do caso produz desinformação e revitimiza a menina e seus familiares até hoje.
De acordo com a jornalista, a obra também reflete sobre como muitos padrões nesse tipo de violência permanecem os mesmos, apesar de tantos anos decorridos desde a morte de Araceli.
O livro foi lançado pela editora Alameda e já está à venda.
Edição: Jacson Segundo / Alessandra Esteves