Fórum internacional avalia rumos | para governos da América Latina

Publicado em 14/03/2015 - 09:45 Por Mônica Yanakiew - Buenos Aires

Entre os dias 12 e 14 de março, durante o Fórum Internacional pela Emancipação e Igualdade, acadêmicos, políticos e padres de esquerda avaliaram as diferentes experiências de governo na América Latina e também na Europa. Eles buscam alternativas ao modelo neoliberal.

Cuauhtemoc Cardenas –  que foi candidato a presidente do México três vezes e está na oposição – disse que seu país pagou um preço alto, por ter seguido a risca as políticas neoliberais e apostado na integração comercial com os Estados Unidos.

“Depois de trinta anos de políticas de mercado, mais da metade da população mexicana ainda vive na pobreza. A indústria nacional acabou.  E o narcotráfico, a violência, a corrupção e a impunidade só fazem aumentar”, disse Cardenas.

O exemplo mais notório e recente foi o massacre de 43 estudantes de Iguala, em setembro passado. Eles foram executados por narcotraficantes, a pedido de um prefeito e com a conivência da polícia.

A senadora uruguaia, Constanza Moreira – que também e cientista política -  falou em nome dos países que elegeram governos de esquerda e romperam com o neoliberalismo dos anos 90.

A começar pelo Uruguai, onde a frente ampla acaba de conquistar um terceiro mandato presidencial.

Segundo ela,  todos viveram uma transformação econômica, com políticas sociais que reduziram a pobreza e, com isso, fomentaram o crescimento. Mas também houve uma transformação cultural numa região que elegeu para presidente um operário, um líder indígena, três mulheres e um ex- guerrilheiro.


O desafio, diz ela, vai ser não sucumbir às tentações do poder.

“Agora que a esquerda e governo e tem recursos, não pode deixar de ouvir os setores populares, defender ideias progressistas, manter a ética na política e ser solidária. Deveríamos dar à Bolívia uma saída ao mar, despenalizar o aborto, e defender a Venezuela que está sendo atacada.”

O teólogo brasileiro Leonardo Boff disse que a esquerda tem como desafio combater a corrupção.

“A esquerda tem que trabalhar com a verdade. Tem que reconhecer que houve corrupção, que ela tem que ser denunciada, tem que ser condenada. Se ela não fizer isso, ela se desmoraliza e acho que um dos méritos da presidenta Dilma foi tomar a iniciativa. Esses tem que ser identificados, julgados e se forem do PT tem que ser expulsos. É essa a atitude única, sensata, que o povo espera do nosso governo.”

Mas tanto Boff como quase todos os participantes do foro, falaram sobre a necessidade da esquerda se unir contra o que consideram ser uma nova ofensiva do neoliberalismo.
 
Segundo os participantes do foro, a primeira medida seria adotar um discurso único em defesa da Venezuela, que foi declarada uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos pelo presidente Barak Obama.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, lamentou a declaração de Obama e exigiu que ele pedisse desculpas ao presidente da Venezuela, Nicolas Maduro.

“Em abril vamos nos reunir todos no Panamá, na Cúpula das Américas. Se Obama não quiser um confronto, ele deveria pedir desculpas à toda América Latina e especialmente à Venezuela”, disse maduro.

A cúpula deveria marcar a reaproximação dos Estados Unidos e da a América Latina. Antes de declarar a Venezuela uma ameaça, Obama estava negociando o reestabelecimento de relações com Cuba, interrompidas há cinquenta anos.

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