Publicado em 21/05/2019 - 09:32 Por Lucas Pordeus León - Brasília
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs antecipar as eleições para a Assembleia Nacional, que é comandada pela oposição. A eleição do legislativo venezuelano estava marcada para 2020. Mas Maduro, em discurso comemorando a eleição que o reconduziu a cadeira presidencial um ano atrás, sugeriu antecipar as eleições da assembleia.
Os atuais deputados da casa legislativa da Venezuela, semelhante ao Congresso Nacional aqui no Brasil, foram eleitos em 2015 com a oposição conquistando maioria nas urnas.
A partir daí iniciou-se uma disputa institucional entre os poderes, com o Legislativo tentando destituir o presidente Maduro e desobedecendo decisões da Suprema Corte Venezuela.
Por sua vez, a Justiça do país vizinho cassou o mandato de três deputados opositores, por irregularidades na eleição de 2015, o que tirou a maioria de 2/3 da oposição na Casa, quantidade necessária para fazer alterações na Constituição.
Diante do impasse entre os poderes, Nicolás Maduro convocou, em 2017, uma Assembleia Constituinte que, na prática, inviabilizou os poderes da Assembleia ordinária, controlada pela oposição e que não reconhece o novo colegiado constituinte, com poderes absolutos para reescrever a Constituição venezuelana e controlada 100% por apoiadores de Maduro.
A eleição da Assembleia Constituinte foi boicotada pela oposição.
Nas redes sociais, o presidente da Assembleia e autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, criticou a sugestão e disse que eles não participam do que chamou de farsa e citou a eleição de um ano atrás.
A votação que reconduziu Maduro ao poder foi boicotada pela maioria dos partidos da oposição e não é reconhecida por parte da comunidade internacional, como Brasil e Estados Unidos.
Na última semana iniciou-se uma negociação entre governo e oposição, intermediada pela Noruega.