Publicado em 25/10/2019 - 16:03 Por Marieta Cazarré - Montevidéu
Com 99,99% das urnas apuradas, os resultados da eleição na Bolívia dão a vitória a Evo Morales. O atual presidente contabiliza 47,07% dos votos, e Carlos Mesa, seu principal opositor, 36,51%. A diferença entre os candidatos é de pouco mais de 10%. Pela lei eleitoral boliviana, para se vencer no primeiro turno, é preciso conquistar mais de 40% dos votos com pelo menos 10% de diferença do segundo colocado.
As eleições presidenciais aconteceram no último domingo, dia 20, e a apuração foi acompanhada por polêmicas. Em um cenário polarizado entre Evo Morales e Carlos Mesa, não faltaram acusações de ambos os lados. Morales acusou Carlos Mesa de delinquente. Já Carlos Mesa afirma que Morales fraudou o pleito.
A Missão de Observação da Organização dos Estados Americanos (OEA) apontou problemas como a falta de segurança no armazenamento das urnas e a suspensão da apuração, e defendeu a realização de um segundo turno no país, devido à pouca diferença de votos entre os candidatos.
Caso haja um segundo turno, será realizado no dia 15 de dezembro. A posse acontecerá dia 22 de janeiro de 2020.
É o quarto mandato consecutivo de Evo Morales, a primeira votação em que ele não alcançou uma margem superior a 50% dos votos. Sua candidatura à reeleição é amplamente questionada.
Em fevereiro de 2016, Morales perdeu nas urnas um referendo sobre a possibilidade de reeleição. Os bolivianos votaram pelo "não", com 51,3% dos votos. No entanto, uma decisão do Tribunal Constitucional, em 2017, habilitou Morales a seguir concorrendo à reeleição indefinidamente, alegando que é um direito humano o de "eleger e ser eleito". A oposição afirma que Evo Morales está desrespeitando o voto e a escolha dos cidadãos no referendo de 2016.