Brasileira toma posse como presidente do Tribunal de Apelações da ONU
Marta Halfeld é a primeira do país e também a mais jovem no tribunal
Publicado em 01/01/2021 - 12:38 Por Kariane Costa - Brasília
O primeiro dia do ano de 2021 marca também a nomeação da primeira brasileira a ocupar o assento da presidência no Tribunal de Apelações da ONU.
Marta Halfeld é também a mais jovem membro do tribunal e a única latino-americana da composição atual.
A juíza da cidade de Juiz de Fora de Minas Gerais não representa o Brasil oficialmente, isto porque o recrutamento não se deu por nação, ela vai presidir o tribunal como membro independente.
Apesar disso, ela acredita que como juíza brasileira é inevitável que todos a olhem como representante de um país em desenvolvimento.
O Tribunal de Apelações das Nações Unidas foi criado com objetivo de resolver demandas, como trabalhistas e previdenciárias, dos servidores da ONU contra a própria ONU.
Isto porque a entidade tem imunidade e não pode ser processada nos países em que atua.
Ela ficou sabendo da vaga três dias antes de fechar o prazo para candidatura, ao perceber que se encaixava no perfil ela correu para enviar a documentação.
Como o trabalho não exige dedicação exclusiva, Martha segue como juíza do trabalho aqui no Brasil.
A nova presidente do Tribunal de Apelações da ONU espera inspirar outras pessoas e principalmente mulheres a crescer na carreira.
Juíza aos 24 anos e defensora dos meios consensuais para resolver conflitos judiciários, Martha conta que enfrentou um longo processo seletivo com candidatos de outros países.
Passou por uma fase técnica e uma fase política de seleção. Com ajuda do Itamaraty, conseguiu o apoio necessário para que sua candidatura fosse aprovada com maior número de votos pela Assembleia Geral da ONU.
O mandato de Martha Halfeld é de um ano, sem direito a reeleição.
Martha Halfeld cursou direito na Universidade Federal de Juiz de Fora. Aos 18 anos, começou a trabalhar na Justiça do Trabalho após passar em um concurso. Morou dois anos na França, onde fez mestrado e doutorado em uma instituição pública do país. Ingressou na terceira vara do trabalho em Juiz de Fora em 2015 como juíza.