Violência no Haiti dificulta acesso à saúde pela população

ONU afirma que sistema de saúde está “à beira do colapso”

Publicado em 07/03/2024 - 18:30 Por Gabriel Brum - repórter da Rádio Nacional - Brasília

A violência no Haiti, causada pelos ataques de gangues contra instituições estatais, tem dificultado, e até impedido, o acesso à saúde pela população, em Porto Príncipe.

Hospitais públicos têm fechado por causa da falta de segurança e da dificuldade de deslocamento na cidade, por causa de bloqueios estabelecidos, alguns pelos criminosos.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, afirmou que a infraestrutura de saúde está “à beira do colapso”.

“O principal hospital público de Porto Príncipe fechou devido à violência e à incapacidade dos funcionários de chegarem ao hospital para apoiar as pessoas que precisam de ajuda. Os principais hospitais que recebem civis feridos estão sobrecarregados, em parte devido ao número de feridos”, explica.

A organização Médicos sem Fronteiras aumentou o número de leitos para atender os feridos e abriu um novo hospital com sala de cirurgia e 25 leitos.

O coordenador de imprensa da entidade no Brasil, Paulo Braga, confirma que os bloqueios na cidade impedem os profissionais de chegarem aos locais de trabalho.

“Nós temos, nos últimos tempos, nos deparado com muitos problemas de falta de pessoal nas instalações de saúde em função dessa dificuldade, tanto da falta de transporte público, quanto da dificuldade de deslocamento na cidade, em função de bloqueios, alguns deles impostos por grupos armados”, afirma Paulo.    

Uma preocupação da entidade são os casos de violência sexual, que vêm aumentando nos últimos anos com a escalada da violência, diz Paulo Braga.

“Nós não temos ainda dados sobre essa onda de violência recente, se houve impacto, mas é uma preocupação, infelizmente, um ponto ao qual a gente tem que estar atento. E é uma das atividades que a gente realiza na capital haitiana. Médicos sem Fronteira, ano passado, prestou assistência a mais de quatro mil sobreviventes de violência sexual”, relata.  

O coordenador de imprensa da Médicos sem Fronteiras, explicou que grande parte dos pacientes são mulheres, crianças e idosos, além das vítimas da violência, como pessoas baleadas.

Edição: Nadia Faggiani / Fran de Paula

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