Hemorio testa uso de plasma de pacientes curados para tratar casos graves de coronavírus

Coronavírus

Publicado em 06/04/2020 - 18:28 Por Tatiana Alves - Rio de Janeiro

A utilização de componentes do sangue de pessoas que se curaram do coronavírus é o mais novo objeto de estudos por pesquisadores. No Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Saúde estabeleceu parceria com o Hemorio para uso da técnica do plasma convalescente no tratamento de pessoas com quadro grave de Covid-19.


O procedimento consiste em infundir o plasma - parte do sangue que contém anticorpos - colhido desses pacientes para transfundir nos infectados em estado grave. A mesma técnica já foi aplicada nas epidemias de ebola e H1N1, e surge como mais uma possível estratégia para o combate do coronavírus.


Pacientes curados no Rio de Janeiro serão convidados, ainda nesta semana, e avaliados como potenciais doadores do plasma. O diretor-geral do Hemorio, Luiz Amorim, alerta que nem todas as pessoas que tiveram a doença poderão doar.


“A gente vai fazer todos os exames necessários para detectar doenças antes de usar esse material, como Aids e hepatite. Só iremos tirar o sangue dessas pessoas após o resultado dar negativo. São os mesmos critérios para doação de sangue, quem não puder ser doador de sangue, também não poderá doar plasma"


Para Luiz Amorim, o tratamento é importante, mas a principal conduta a ser adotada agora para conter a expansão do coronavírus ainda é o isolamento social.


"O isolamento é o que temos de mais importante nesse momento, já que ele achata a curva de transmissão, diminui o pico de casos e dá tempo para o sistema de saúde criar mais vagas. O vírus é de transmissão respiratória, então precisamos manter a quarentena."


O diretor do Hemorio explica que cada plasma coletado poderá ajudar até três pessoas. O material doado ficará no Instituto de Hematologia e será empregado conforme a requisição das unidades de saúde, em caráter experimental, já que ainda não há certeza da efetividade desse tratamento.


" Esse tratamento é experimental, pode ser que funcione, mas pode não funcionar também. Porém, mesmo que funcione, não é a cura da doença, é uma alternativa de tratamento. A gente só vai poder dizer depois que testar, e levaremos de um a dois meses para ter essa resposta."


O plasma convalescente também já foi estudado para o vírus da dengue, com bons resultados em laboratório, num estudo da Fiocruz e com a Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos. E, segundo o Hemorio, países como França, Canadá, Israel e Espanha também estão se preparando para a utilização da técnica, como já é feito nos Estados Unidos.

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