Presidente licenciado da Eletronuclear é preso

Foi preso nesta terça-feira (28) durante a 16ª fase da Operação Lava Jato o presidente licenciado da Eletronucelar, Othon Luiz Pinheiro da Silva. Ele é acusado receber dinheiro para favorecer contratos que empreiteiras tinham com a Eletronuclear, empresa subsidiária da Eletrobrás.

A estimativa da Polícia é que Othon Luiz tenha recebido, pelo menos R$ 4,5 milhões do esquema. O procurador Athaíde Ribeiro Costa explicou em entrevista coletiva em Curitiba que, a partir de um aditivo de contrato em Angra 3, o consórcio que atua nas obras da usina pagou a propina por meio de empresas intermediárias que eram de Othon Luiz.

Outro preso é Flávio Barra, executivo da empreiteira Andrade Gutierrez, apontado pela Polícia Federal como o representante da empresa que discutia valores no esquema de contratos em Angra 3. O nome dele foi citado na delação premiada de Dalton Avancini, presidente da empreiteira Camargo Correa, que também fazia parte do esquema. 

Em nota, a Andrade Gutierrez disse que sempre esteve à disposição da Justiça e que os advogados da empresa analisam os termos da ação policial antes de se pronunciarem.

Os dois executivos estavam no Rio de Janeiro e serão levados para Curitiba. Essa foi a 16ª  fase da Operação Lava Jato que, dessa vez, tem como foco os contratos de empreiteiras com a Eletronuclear e a possível formação de cartel e irregularidades em licitações nas obras de Angra 3.

Durante a coletiva de imprensa, o procurador Athaíde Costa chegou a dizer que a corrupção é endêmica no país.

Foram cumpridos, ainda, cinco mandados de condução coercitiva, quando a pessoa é obrigada à ir com os policiais. Todos eram executivos ligados à empreiteiras ou à empresas de engenharia.

Foram cumpridos também mais de 20 mandados de busca e apreensão.

(áudio e texto atualizados às 12h50 para complementação de informações)