PGR se pronuncia a favor de queixa-crime feita por jornalista contra deputado

A Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, se manifestou nesta terça-feira, a favor da queixa-crime feita pela jornalista Basília Rodrigues, da Rádio CBN, contra o deputado Wladimir da Costa, do Solidariedade do Pará.

O caso começou em agosto de 2017, quando o deputado anunciou ter feito uma tatuagem em homenagem ao presidente Michel Temer, às vésperas da votação da denúncia contra Temer por corrupção passiva na Câmara dos Deputados.

Durante conversa com a imprensa, a jornalista pediu para que o deputado mostrasse a tatuagem. Ele respondeu que para ela, só mostraria o corpo inteiro. Depois do desabafo da jornalista do Facebook falando sobre assédio sexual, o deputado Wladimir Costa postou em suas redes sociais fotos dela e comentários sobre seu tipo físico e carreira profissional.

Ele chegou a enfrentar um processo por quebra de decoro parlamentar na Câmara dos Deputados, mas o caso foi arquivado.

Na manifestação enviada nesta terça ao Supremo Tribunal Federal, a PGR argumenta que a conduta do deputado pode ser entendida como prática de calúnia e difamação e que a queixa-crime pode ser aceita porque situações como esta não estariam protegidas pela imunidade parlamentar.

A PGR se manifestou a pedido do relator do processo, ministro Roberto Barroso, do STF. Nossa reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado, mas não recebeu retorno.