Ex-secretário de Saúde do RJ diz que deixou cargo por irregularidades de gestões anteriores

O ex-secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Fernando Ferry, disse nessa quinta-feira que tomou a decisão de deixar o cargo em função de relatório da Controladoria Geral do Estado que apontou irregularidades em contratos firmados na área da saúde em gestões anteriores.

Em audiência online na Comissão Especial de Fiscalização dos Gastos na Saúde Pública durante o Combate do Coronavírus da Assembleia Legislativa do Rio, Ferry disse que não queria ser responsabilizado por contratos que ele não tinha firmado.  Ele foi anunciado como novo secretário no lugar de Edmar Santos no dia 17 de maio e pediu exoneração nessa segunda-feira.

Ferry ainda falou sobre os cinco hospitais de campanha para combater a Covid-19 que ainda não foram entregues no Rio. O ex-gestor reconheceu que não é uma decisão fácil sobre o que fazer com os hospitais que não ficaram prontos, já que foram investidos muitos recursos.

O Relatório da Controladoria Geral do Estado mostrou que as irregularidades e os problemas na fiscalização de organizações sociais, que gerenciam unidades de saúde, resultaram na perda de mais de um R$ 1 bilhão no período de 2012 a 2019. Entre as ilegalidades encontradas estão compra de medicamentos mais caros, benfeitorias em imóveis privados com recursos públicos e aumento do custo por paciente.

Os 22 contratos verificados com diferentes organizações sociais estiveram em vigor nas gestões dos ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, assim como do atual, Wilson Witzel.