Inquérito sorológico conclui que 1,2 milhão de pessoas podem ter sido infectadas pela Covid-19 em SP

Um milhão e 200 mil pessoas na cidade de São Paulo podem ter sido infectadas pelo novo coronavírus. O número corresponde a 9,8% da população na capital paulista.

A informação é resultado da nova fase do inquérito sorológico, mapeamento que tem sido feito pela prefeitura a cada 15 dias para monitorar a pandemia de covid 19 na cidade.

Nessa fase, batizada como fase 1, os profissionais de Saúde visitaram quase 5 mil 800 domicílios e testaram mais de 2 mil e 800 pessoas em 96 distritos da capital. Os testes foram feitos entre os dias 29 de junho e 6 de julho.

Na fase anterior, fase zero, o índice de infecção encontrado foi de 9,5%. O crescimento de 0,3 ponto percentual foi considerado uma estabilização segundo a secretaria de saúde do município.

Mas 14 regiões da cidade registram índices maiores de infecção. Nessas áreas, a proposta agora é testar pelo menos 5 pessoas da família de quem teve resultado positivo e facilitar o isolamento de quem teve contato com o vírus, mas não tem sintomas, como explicou o secretário de saúde do município, Edson Aparecido.

O inquérito também confirma que pessoas de renda mais baixa, negras ou pardas, que não estudaram e que vivem com cinco ou mais pessoas na mesma residência, têm 3 vezes mais chance de ter contraído o vírus do que as pessoas brancas, de classe mais alta. O prefeito Bruno Covas disse que a pandemia ajudou a mostrar a desigualdade social da cidade.

Questionado se, além dos atestados médicos, a prefeitura teria outras políticas, para garantir que as pessoas de mais baixa renda, que tiveram contato com o vírus e que geralmente estão no mercado informal onde atestados médicos não costumam mudar a rotina, o prefeito explicou que a principal medida é a distribuição de cestas básicas. Desde o começo da quarentena a prefeitura disse que distribuiu cerca de 1 milhão de cestas básicas.

Com a nova estratégia de diagnóstico implantada na cidade, o número de testes feitos a cada mês na região deve aumentar em 242 mil chegando a cerca de 400 mil testes por mês.