Classe D ou E, evangélico: quem mais espalha fake news contra vacina

Perfil foi traçado em estudo da UnB, e inclui ainda baixa escolaridade

Publicado em 30/10/2023 - 11:06 Por Sayonara Moreno - repórter da Rádio Nacional - Brasília

No Brasil, as pessoas que mais compartilham notícias falsas sobre vacinas têm entre 35 e 44 anos e não possuem ensino médio. Além disso, pertencem às classes D ou E e são evangélicas.

É o que mostra um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Comunicação Política e Saúde Pública da Universidade de Brasília (UnB), coordenado pelo Professor Wladimir Gramacho. Os formulários online foram aplicados para mais de 1,8 mil pessoas, respeitando a proporção brasileira por gênero, idade, região e classe social.

Diferente do que muitos imaginavam, os maiores compartilhadores de fake news sobre vacinas não são os idosos. O professor Gramacho explica que um dos motivos é o fato desse público ter crescido vendo o Programa Nacional de Imunizações mostrar resultados e erradicar doenças.

Para as pessoas que responderam ao questionário, foram mostrados 12 títulos de notícias: seis verdadeiras e seis falsas, sem que elas soubessem. E foi perguntado: você compartilharia essa notícia? O levantamento mostrou que 62% dos entrevistados não compartilhariam nenhuma das falsas. Por outro lado, 38% compartilhariam pelo menos uma delas. E 8% enviariam cinco ou todas para os contatos.

O professor Wladimir Gramacho definiu como “preocupante” que um terço dos entrevistados compartilharia, ao menos, uma informação falsa sobre vacinas, o que coloca em risco a credibilidade do Brasil no assunto.

Gramacho relata que outro achado preliminar na pesquisa é que as pessoas que compartilhariam notícias falsas sobre vacinas têm, em maior parte, afinidades com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com a religião evangélica.

Para interromper essa tendência a compartilhamento de notícias falsas sobre vacinas, o coordenador do estudo se mostra otimista e defende uma força tarefa de vários setores da sociedade e uma educação midiática.

O perfil levantado na pesquisa é apenas o começo dos resultados. O estudo completo vai ser divulgado no seminário “A desinformação científica como um problema público transnacional”, em novembro, na UnB.

Edição: Ana Lúcia Caldas/ Sumaia Villela

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