Publicado em 11/03/2020 - 18:06 Por Kariane Costa - Brasília
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, declarou, nesta quarta-feira, que nada muda no Brasil com a nova classificação da OMS para pandemia de coronavírus. Na avaliação de Mandetta, o anúncio da Organização Mundial da Saúde já era esperado, mas demorou a chegar.
“Atrasadamente a OMS dá a devida medida técnica, que o Brasil já estava cobrando há um bom tempo. Nós ainda não temos transmissão sustentada dentro do Brasil, mas devemos ter”.
Transmissão sustentada é quando já não é possível identificar a sequência de contaminação de pessoa a pessoa.
O ministro disse ainda que qualquer paciente com sintomas como febre e tosse, que chegue de outros continentes, será considerado caso suspeito para o coronavírus.
Mandetta participou como convidado de uma comissão na Câmara dos Deputados para discutir ações preventivas para a doença.
A reunião foi aberta pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia. Maia disse que o Parlamento vai colaborar com o governo federal em relação à destinação de verbas para as ações de combate ao coronavírus.
“Os projetos de transferência de recursos de uma rubrica para outra passam, necessariamente, pelo Parlamento brasileiro, e a nossa intenção é não só dar celeridade, mas ajudar com recursos alocados pelos parlamentares”.
O ministro da Saúde afirmou que para ampliar os atendimentos na rede pública, a pasta calcula, por alto, um impacto de R$ 1 bilhão nos cofres públicos.
No Brasil, subiu para 69 o número de casos de coronavírus. 907 seguem em investigação.
São Paulo é o estado com o maior número de casos, com 46 no total. Desses, 16 ainda não foram notificados ao Ministério da Saúde porque foram confirmados após o balanço oficial da pasta nesta quarta-feira.
Em seguida vem Rio de Janeiro, com 13. Bahia, que tinha duas ocorrências, passou para três. Já Rio Grande do Sul e Distrito Federal têm dois casos cada, e Alagoas, Minas Gerais e Espírito Santo têm um caso cada.
O ministro da saúde, Henrique Mandetta, chegou a comentar uma situação no Distrito Federal em que o governo local teve que entrar na Justiça para obrigar o marido da mulher diagnosticada na semana passada a fazer o teste.
“É um caso emblemático de como vamos conduzir esse assunto com a sociedade brasileira. Confirma-se o caso da paciente e o marido se recusa a permanecer em isolamento. Circula no hospital, se recusa a fazer o exame. Se nós formos para esse quadro com esse tipo de comportamento, será muito difícil não termos curvas de ângulo muito agudo. Entendamos que, no momento, temos que fazer o que está no alcance das mãos de cada um dos brasileiros. Lavem as mãos se estiver gripado, resfriado, não visite pessoas idosas”.
Em todo o mundo, já são mais de 13,7 mil casos confirmados e cerca de 4 mil mortes, a maioria na China.
*Reportagem modificada às 22h10 para atualização de informações