Comunidades do Rio fazem testes rápidos de coronavírus

Favela Sem Corona

Publicado em 16/04/2020 - 13:09 Por Raquel Junia - Rio de Janeiro

Uma das maiores comunidades do Rio está fazendo testes rápidos para detecção do coronavírus. Desde sábado moradores vêm sendo testados na Rocinha, zona oeste carioca. A iniciativa é do projeto Favela sem Corona, criado com a urgência da pandemia, e a partir da percepção da fragilidade das políticas públicas de prevenção da doença nas área pobres da cidade.

 

Diante da falta da testagem em massa dos moradores das favelas e da população em geral, os testes realizados e comprados por meio de doações pela internet explicam o aumento de casos na Favela da Rocinha apontado nos últimos dias.

 

O balanço oficial saltou de 6 registros, na semana passada, para 36 na ultima atualização feita pela Secretaria Municipal de Saúde. Foram realizados até esta quinta-feira 29 testes, 10 deram positivo e oito resultados ainda estão em análise. Um morador da comunidade, que teve a infecção confirmada, morreu no final de semana, depois de internado às pressas no CTI de um hospital da zona sul carioca.

 

Segundo os organizadores do projeto, foi possível contratar até o momento 100 testes, que estão sendo realizados por uma clínica privada. Os moradores foram convidados a preencher um cadastro na internet para se candidatarem aos testes. Os indicados seguem critérios de prioridades, como idosos e pessoas com doenças crônicas.

 

O estudante de administração pública Pedro Berto, que idealizou o projeto junto com o irmão, explica que eles estudaram práticas que estavam dando certo no restante do mundo para conter o vírus e pensaram em como adaptá-las para a realidade das favelas fluminenses.

 

O projeto usa a plataforma Ribon para angariar as doações. Por meio da plataforma é possível doar sem gastar, basta usar o aplicativo para leitura de notícias positivas postadas. Funciona da seguinte forma: empresas pagam para anunciar na Ribon e a quantidade de leituras é transformada em uma moeda virtual que pode ser convertida nas doações para causas escolhidas pelo usuário. Pedro Berto destaca que a realização de mais testes vai ser possível com mais doações.

 

Além do apoio ao diagnóstico do coronavírus, parte das doações recebidas pelo Favela sem Corona é destinada a outras ações de prevenção como distribuição de kits de higiene e limpeza e comunicação sobre a pandemia para os moradores por meio das redes sociais. Mais informações sobre o projeto e sobre como doar estão disponíveis no site favelasemcorona.com

 

Segundo os últimos dados divulgados, as favelas do Rio tem 10 mortes confirmadas pelo coronavírus, três na Rocinha, duas na Maré, duas em Vigário Geral, uma em Acari, uma na  Cidade de Deus e uma em Manguinhos

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